A tropa de elite e a vida, valor absoluto
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POR FERES SABINO | Não é que existe um projeto de lei –– comentado pelo professor da Fundação Getúlio Vargas, Salem Nasser —, para que se criminalize as críticas, tão merecidas, relacionadas ao movimento político, sionista e genocida, que comanda Israel, e que se expandiu, humilhando diariamente o povo palestino, desde sempre. A pretensão é estabelecer a ideia de igualdade, entre a crítica e o ato considerado de antissemitismo, que criminaliza os judeus, e que no Brasil entra na tipificação de racismo-injuria racial, imprescritível e inafiançável (Lei nº 14.532 de 21/03/2023).
O autor desse absurdo é o glorioso general das Forças Armadas, que as envergonhou, quando pode demonstrar sua incapacidade absoluta, durante a pandemia. A honraria desse cargo recebeu-o como Ministro da Saúde. Esse general qualifica-se como estrategista na especialidade da profissão. Só que até a distribuição das vacinas, atrasadamente adquiridas e recebidas, ficou marcada, na estratégia da guerra civil de sua distribuição, por um fiasco que serviu de bandeira contraditória para sua eleição para deputado federal pelo Estado do Rio de Janeiro. O General Pazuello conseguiu, com isso, como tantos de sua estranha vocação partidária, fazer do Parlamento o esconderijo ideal pela impunidade esticada. Seguramente, o povo sempre tem razão, ou porque está bem-informado ou porque está mal-informado.
Como esse cidadão, pelas suas desconhecidas virtudes heroicas, chegou a general é difícil de explicar. O que se sabe é que o processo disciplinar instaurado contra ele, por ato praticado contra a disciplina do Exército, recebeu no final a tarja protetora, de ficar em repouso, por cem anos. Com isso a cidadania não pode saber o que aconteceu no seio do espaço público institucional que lhe pertence. Igual proteção teria recebido o vice-Prefeito de São Paulo, que é militar e está no município para melhor garantir o cerco do “braço de extrema direita”, no Estado de São Paulo.
Veja-se: anteriormente era pedagogicamente obrigatório conhecer o candidato na eleição, para votar conscientemente. Agora, só depois de cem anos votaremos conscientemente. E esse enorme quisto político está sob a chefia do governador do Estado, cujo Secretário da Segurança é aquele que disse que policial bom deve ter matado ao menos três, e que destituiu 32 coronéis legalistas. E ainda ficou indelével na memória da decência política aquela afirmação histérica do governador, segundo a qual poderíamos reclamar, referindo-se a crimes, até na ONU, mesmo que os raios que os parta pudesse descarregar sua carga de morte fulminante sobre ele que, assim mesmo, ele não mudaria sua conduta. Esses raios dificultaram a investigação da morte do jovem ocorrida na campanha eleitoral do governador. Ele foi morto numa favela, na operação considerada de retaliação pela morte de um policial. A “nova polícia militar” do governo de São Paulo, cuja letalidade já ultraou todos os índices de anos ados, lá no litoral paulista liquidou mais de 60 pessoas coincidentemente pobres, em duas operações. O símbolo dessa tragédia está na justificativa de quem matou, dizendo que aquele cadáver, quando vivo, apontara uma arma para ele, no quarto invadido, No entanto, o jovem morto era Hildebrando, que tinha deficiência visual, enxergando até 20 centímetros de distância, enquanto os tiros foram disparados numa distância de 50 e 70 centímetros, disse o Ministério Público. Morreu sem saber! Também, saiu no noticiário, a matança do delator do PCC, organização criminosa, assassinado à saída do aeroporto de Guarulhos, estando nas cercanias do crime não sei quantos policiais, que ficaram parados, perplexos e irados, quem sabe? Também está fora do noticiário aquele militar Chefe da Segurança lá no Palácio Bandeirantes, na Casa militar do governador, acusado de estar ligado à facção criminosa do PCC, considerado simplesmente “uma maçã podre” e afastado dali.
A conexão atual dessa “tropa de elite” despreza a vida, apesar de ela ser o único direito fundamental absoluto na Constituição. Ela pratica com fervor o culto à morte, já que iram até a dimensão extensiva do genocídio, praticado diariamente em Gaza, sob os auspícios da cegueira de nossa imprensa, carente dessa verdade. Essa tropa que, no futuro, será ampliada com as cento e tantas escolas da bitola estreita militar estimuladas pelo governo de São Paulo, fiel aos seus princípios e formação. Ela não gosta que a chamemos de “aprendizes do nazismo”, porque são pais de família, e é feio. Aliás, os filmes da história nazista revelam, que os executores dos crimes dos campos de concentração, quando não praticantes das horríveis torturas, eram adoráveis papais de adoráveis e inocentes crianças. Tais como os torturadores nativos, para cujo aperfeiçoamento, hoje se sabe, concorreram até professores britânicos, concursados na Índia colonizada e insubmissa.
Aliás, é revelador que o governador de São Paulo foi correndo para Israel abraçar o genocida, sem respeitar a história sangrenta do apartheid instalado ali, desde a fundação. E declara aqui, no país, no palanque ou jantares reservados — repetida vezes – estar solidário com os traidores da pátria de 8 de janeiro, e solidário a todo esquema do golpe contra as Instituições, no qual se destaca, não o caminhão de gasolina, pronto para explodir perto do aeroporto de Brasília, mas sim –destaca-se– a arquitetura criminosa, para o assassinato político de Lula, Alckimin e o Ministro Alexandre de Moraes. Tipo de crime que seria inaugural na história do Brasil. ite-se que a maldade quando chega ao crime revela-nos operadores inesperados na criatividade homicida. Ninguém fala das duas torres de energia elétrica que teriam sido tombados, e que discretamente se leu em jornal discreto.
Essa tropa de elite também não gosta de cultura e educação, pois, o perigo é o espírito crítico, e para isso quando ela não destrói estrutura, reduz verbas. Lembrem-se da I da USP, como tentativa estupida e furada, ou da Universidade de Havard e Columbia do Trump. A irmandade dos fariseus tem seu viés internacional.
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O irmão geminado dessa tropa de elite é o “imperador” do mundo, Donald Trump, que o governador de São Paulo, apressadamente, na primeira hora eleitoral, colocou na cabeça o boné indicativo de quem és, porque “fala-me com quem andas, que eu direi quem és”.
Essa tropa de elite merece a bandeira do fascismo espanhol, com o lema berrado na Universidade de Salamanca, em 1936, pelo general Milan Astray, aleijado moral na opinião do filósofo e reitor Miguel de Unamuno, que faleceu quinze dias depois.
“Abaixo a inteligência! Viva a morte!” Deu sorte. Afinal eles infernizaram e desgraçaram a Espanha durante quarenta anos. Deus nos salve! Apelo diretamente para Deus, porque eles têm Jesus como cabo eleitoral.